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Leituras feministas para o mês das mulheres

NY lawyer Brenda Feigen Fasteau w. hand raised arguing about candidate support while MS editor Gloria Steinem (L), NOW Pres. Wilma Scott Heide (C) & feminist/author Betty Freidan (2R) look on, during meeting of Caucus's National Policy Council.

Um compilado especial de 13 livros escritos por mulheres e para mulheres no mês de março. Alguns disponíveis em PDF*

Vindication of the Rights of Woman  

Mary Wollstonecraft  

Wollstonecraft (1759-1797) é mais conhecida por sua defesa pelos direitos das mulheres nesta obra, em que ela argumenta que as mulheres não são naturalmente inferiores aos homens como se acreditava no século XVlll, mas apenas pareciam ser porque lhes faltava acesso educação igual. Ela sugeriu que homens e mulheres fossem tratados como seres racionais e imaginassem uma ordem social fundada na razão. Hoje, Wollstonecraft é considerada um pensadora fundamental na filosofia feminista. Sua defesa precoce da igualdade das mulheres e seus ataques à feminilidade convencional e à degradação das mulheres pressagiaram o surgimento posterior do movimento político feminista. Feministas acadêmicas e ativistas citaram tanto suas idéias filosóficas quanto suas lutas pessoais como importantes influências em seu trabalho.   

Um Teto Todo Seu  

Virginia Woolf 

Um teto todo seu (Room of One`s Own, 1929) é um dos mais surpreendentes livros da célebre ficcionista inglesa Virginia Woolf. A primeira surpresa é o fato de não ser ficção; a segunda é a absoluta ousadia no trato do assunto abordado: o feminismo. Mas há mais. 

O livro nasceu a partir de duas palestras chamadas “As mulheres e a ficção”, proferidas por Virginia para a plateia essencialmente feminina da Sociedade das Artes, na Londres de outubro de 1928. O texto de Virginia tem a qualidade estupenda de seus livros da época. Mrs. Dalloway (1925), Passeio ao Farol (1927) e Orlando (1928) foram seus predecessores; As Ondas (1931) deu continuidade à série de obras-primas. Encrustado na sequência principal de romances de Virginia, o ensaio Um teto todo seunão decepciona de modo algum. O livro tem cerca de 140 páginas. Não pensem que ela o leu por inteiro em duas noites – algo como 70 páginas por dia – , na verdade o texto foi bastante ampliado para publicação logo após as palestras. 

Feminism is for Everybody  

 Bell Hooks 

O feminismo sob a visão de uma das mais importantes feministas negras da atualidade. 
 
Eleita uma das principais intelectuais norte-americanas, pela revista Atlantic Monthly, e uma das 100 Pessoas Visionárias que Podem Mudar Sua Vida, pela revista Utne Reader, a aclamada feminista negra bell hooks nos apresenta, nesta acessível cartilha, a natureza do feminismo e seu compromisso contra sexismo, exploração sexista e qualquer forma de opressão. 
 
Com peculiar clareza e franqueza, hooks incentiva leitores a descobrir como o feminismo pode tocar e mudar, para melhor, a vida de todo mundo. Homens, mulheres, crianças, pessoas de todos os gêneros, jovens e adultos: todos podem educar e ser educados para o feminismo. Apenas assim poderemos construir uma sociedade com mais amor e justiça. 
 
O livro apresenta uma visão original sobre políticas feministas, direitos reprodutivos, beleza, luta de classes feminista, feminismo global, trabalho, raça e gênero e o fim da violência. Além disso, esclarece sobre temas como educação feminista para uma consciência crítica, masculinidade feminista, maternagem e paternagem feministas, casamento e companheirismo libertadores, política sexual feminista, lesbianidade e feminismo, amor feminista, espiritualidade feminista e o feminismo visionário. 

Sister Outsider 

Audre Lorde 

Apresentando os escritos essenciais da poetisa negra e escritora feminista Audre Lorde, SISTER OUTSIDER celebra uma voz influente na literatura do século XX. Nesta coleção carregada de quinze ensaios e discursos, Lorde fala sobre machismo, racismo, o preconceito de idade, a homofobia e classe, e propõe a diferença social como um veículo para ação e mudança. Sua prosa é incisiva, inflexível e lírica, refletindo a luta, mas em última instância oferecendo mensagens de esperança.  

The Bell Jar  

Sylvia Plath 

‘The Bell Jar’ é o único romance de Sylvia Plath. Reconhecida por sua intensidade e prosa notavelmente vívida, ela quebrou as fronteiras existentes entre ficção e realidade e ajudou a fazer de Plath um ícone feminista duradouro. Foi publicado sob um pseudónimo algumas semanas antes do suicídio da autora. 

The Female Eunuch  

Germaine Greer 

A publicação de The Female Eunuch, de Germaine Greer, em 1970, foi um evento marcante, provocando revolta e ira ao mesmo tempo em que criava uma onda de choque de reconhecimento em mulheres em todo o mundo com a firme afirmação de que a liberação sexual é a chave para a libertação das mulheres. Hoje, o abrasador exame de Greer sobre a opressão das mulheres na sociedade contemporânea é um importante registro histórico de onde estivemos e um tratado chocantemente relevante sobre o que ainda resta por ser alcançado. 

The Feminine Mystique  

Betty Friedan 

Quando Betty Friedan produziu The Feminine Mystique em 1963, ela não poderia ter percebido como a descoberta e o debate do mal-estar geral de seus contemporâneos abalariam a sociedade. Vítimas de um sistema de crenças falsas, essas mulheres estavam seguindo uma convenção social estrita, obedecendo fielmente à bela imagem das revistas, e viram-se forçadas a buscar sentido em suas vidas apenas por meio de uma família e um lar. O controverso livro de Friedan sobre essas mulheres – e todas as mulheres – acabaria por colocar o feminismo da Segunda Onda em movimento e começar a batalha pela igualdade. Esse trabalho inovador e transformador de vidas continua tão poderoso, importante e verdadeiro quanto há quarenta e cinco anos, e é essencial ler tanto como um documento histórico quanto como um estudo das mulheres que vivem no mundo dos homens. 

The Second Sex (volume único) 

Simone de Beauvoir 

Provedora, vassala, acolhedora. Não importa como se apresenta, o lugar da mulher sempre foi definido pelo homem. Este configura a posição central na sociedade. O homem – que tomou para si a definição de ‘ser humano’ – relega à mulher uma posição secundária, um papel de coadjuvante na História. Foi a partir dessa constatação e da pergunta ‘o que é uma mulher?’ que a filósofa existencialista Simone de Beauvoir deu início à sua reflexão para escrever ‘O Segundo Sexo’. A preocupação contudo não foi em equiparar um gênero a outro. Para ela, isso seria demasiado simplista, inclusive porque o homem é ‘um ser absoluto’, enquanto a mulher ainda não o é. Simone de Beauvoir procurou compreender de que maneira a mulher ocupou, ou a fizeram ocupar, essa posição de ‘segundo sexo’ em diferentes sociedades, como ela se coloca no mundo e como contribui para essa configuração social.  

Mulheres, Cultura e política 

Angela Y. Davis 

Nessa compilação de discursos e artigos, a ativista política Angela Davis apresenta um balanço de sua luta por uma mudança social progressista. Dividida em três eixos temáticos, “Sobre as mulheres e a busca por igualdade e paz”, “Sobre problemas internacionais” e “Sobre educação e cultura”, a obra aborda as mudanças políticas e sociais pelas quais o mundo passou nas últimas décadas em relação à igualdade racial, sexual e econômica. 
 
A autora traz dados históricos e estatísticos detalhados sobre as condições das mulheres, da classe trabalhadora e da população negra nos Estados Unidos durante o governo Reagan, mostrando como a política adotada naquela administração operou para enfraquecer esses grupos sociais. Mostra, ainda, as influências das políticas norte-americanas em países da América Central, da África e do Oriente Médio, destacando o impacto que tiveram para fortalecer um movimento econômico mundial de concentração de renda e enfraquecimento das lutas sociais em vários países do mundo. Ao mesmo tempo, ela faz reflexões importantes sobre a resistência representada pelos movimentos sociais e sobre o potencial de conscientização e contestação da educação e das artes, em especial a pintura, a fotografia e o blues. Por meio dessa reflexão, ela argumenta que a convergência dos diversos grupos, em diferentes países, em torno de interesses comuns é essencial para a construção de um mundo menos desigual. 

Our Blood  

Andrea Dworkin  

Esse livro é uma coleção de discursos que Andrea Dworkin fez durante os anos 70 .Como forma de introdução, Dworkin conta sobre sua luta para ser ouvida. Sua perseverança para continuar espalhando seus ideais e a força de suas palestras é admirável, mesmo se você critica suas idéias. Seus discursos continuam extremamente atuais e não há como negar a habilidade de Dworkin em mover pessoas ou em falar sobre tópicos dolorosos como estupro, feminicídio e violência doméstica de forma clara e sem rodeios.   

A Mulher na Sociedade de Classes  

Heleieth Saffioti 

Passados 40 anos desde sua primeira edição, em 1976, “A mulher na sociedade de classes – mito e realidade” ainda é considerado um clássico dos estudos de gênero, e sua autora, Heleieth Saffioti (1934-2010), a pioneira na análise da situação das mulheres como uma realidade da sociedade de classes. O livro é resultado da pesquisa para a tese de livre-docência, sob orientação de Florestan Fernandes, em 1967. Para Saffioti, o problema da opressão da mulher não pode ser analisado fora da luta de classes. E, nestas bases, a superação da dominação feminina só será possível com a luta anticapitalista, a destruição do regime capitalista e a implantação do socialismo. As possibilidades de integração social feminina se tornam impossíveis no capitalismo, pois na exploração capitalista os burgueses utilizam as ditas características “naturais” (como sexo, raça, faixa etária) para servir como mecanismos de competição no mercado de trabalho e divisão política da classe trabalhadora para a manutenção do sistema capitalista  

Quarto de Despejo  

Carolina Maria de Jesus 

O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem à este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos. 

O Contrato Sexual  

Carole Pateman 

Através de uma releitura de teóricos clássicos como Locke, Rousseau, Hobbes e outros a autora traça uma reinterpretação da teoria política e do estudo do patriacardo. Para eles, o contrato social; para nós, o contrato sexual  

*Caso alguém tenha interesse no PDF de algum destes livros, sintam-se à vontade para pedi-los pelo inbox da nossa página no Facebook

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Written by el Coyote