Contra o revisionismo histórico 10 ilustrações de Gino Boccasile
Herzog se suicidou? O fascismo é de esquerda ou de direita? Houve ditadura no Brasil? Os portugueses iam buscar negros na Africa para escraviza-los ou eles construíam caravelas e se entregavam aos portugueses?
Esses são exemplos de questões que não deveriam mais nos assombrar se valorizássemos o ensino de historia nas escolas e, sobretudo, se prezássemos pela memoria na sociedade como um todo. Porém esse tipo de coisa, infelizmente, ainda nos assombra e chegamos ao ponto dessas bobagens serem repetidas em debates e sabatinas presidenciais no Brasil.
Esse tipo de desinformação não vem da mente criativa de um político. Quando o candidato Cabo Daciolo, por exemplo, fala da tal URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina) em um debate, ele não tirou isso do nada, isso vem sendo propagado pelo astrólogo e autodenominado filosofo, Olavo de Carvalho (o mesmo que acha que tem células fetais na Pepsi) a, pelo menos, uma década e é repetido em igrejas neo-pentecostais como um sinal claro de que o “apocalipse está próximo”. Quando Bolsonaro fala de negros que se entregavam voluntariamente ao trabalho escravo, ele não tirou isso do nada. Ele tem seus próprios “teóricos” sustentando que tal absurdo é verdade.
Felizmente isso virou piada, mas torna-se um fato triste quando pensamos sobre o quanto é preocupante caras como Olavo de Carvalho se tornarem os “mentores intelectuais” que podem, de fato, pautar grande parte dos debates presidenciais (principalmente pela boca de Daciolo e Bolsonaro, que é o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de votos, em cenários sem Lula).
Hoje venho mostrar evidencias que desmentem um desses revisionismos, que, por um acaso, voltou a tona a pouco tempo. Uma exposição artística que nos ajudará a esclarecer o que verdadeiramente foi o fascismo.
O que vocês verão a seguir são algumas propagandas fascistas do ilustrador Gino Boccasile (1901 –1952).

Defensor de Benito Mussolini , Boccasile produziu material de propaganda para o seu governo, ele ainda se alistou na divisão da SS italiana, desenhando seus cartazes de recrutamento e ilustrando material de propaganda. Após a guerra, ele foi preso por ter colaborado com os fascistas.
Embora tenha sido absolvido, ele permaneceu como um pária e não conseguiu encontrar trabalho por vários anos, já que a sua notoriedade era temida por candidatos a “futuros empregadores”, nas artes a seguir o leitor poderá identificar elementos inerentes ao fascismo, como o racismo, o nacionalismo, as conspirações em torno dos inimigos e ameaças aos tidos como subversivos.









A imagem se refere aos subversivos ao regime fascista.
Durante o estado fascista só eram permitidos sindicatos ligados ao estado. Comunistas e também anarquistas como Errico Malatesta, foram perseguidos por Mussolini.
